OXUMARÉ
Dentro dos tronos divinos dos nossos
sagrados orixás, Oxumaré polariza no lado negativo da linha do amor com Oxum.
Isso não significa que exista algum motivo para apreensões porque, dentro das
vibrações divinas, não existe negatividade no sentido em que a tememos. A
palavra “negativo” aqui significa dissolução, esgotamento, transformação. Por
esse motivo, a Cobra Arco Íris trabalha na irradiação da transmutação de tudo
aquilo que não é amor, em suas diferentes manifestações.
Para entendermos o campo de atuação
desse orixá, precisamos entender como funcionam as cores para nossa espécie. No
plano em que nos encontramos, temos acesso a um número conhecido de vibrações
referentes às cores, que são as sete manifestações da luz em forma de arco íris,
chamadas de espectro visível. O espectro visível é faixa de frequências
acessíveis oticamente por nós, quais sejam, as tonalidades contidas entre o
vermelho, o laranja, o amarelo, o verde, o azul e o violeta. O branco é a
mistura de todas as cores, sendo também a sétima cor a que se faz referência.
Como
a conhecida imagem do prisma que o gera, a Luz divina original representada
pelo branco se dissolve em diferentes ondas. Cada onda tem um comprimento e,
quanto menor ele for, maior será essa frequência. Sabemos que a luz transporta
energia pelo espaço e, quanto maior for sua frequência, mais energia ela
carrega pois emite ondas com menores intervalos. Nesse sentido, temos que na
ponta do espectro na qual a luz é violeta, existe a vibração de frequência mais
alta (668-789 THz) e menor comprimento de onda (380-450 nm).
Por
outro lado, a frequência mais baixa é a de luz vermelha, com 400-484 THz e
comprimento de 620-750 nm. Abaixo dessa cor, temos as conhecidas ondas
infravermelhas cujo olho humano já não alcança. Não por acaso, o animal que
enxerga nessa vibração é a cobra. As cobras são capazes de reconhecer suas
presas pelo calor que emanam e, portanto, diz-se que enxergam no escuro.
Oxumaré,
sendo o orixá serpente, alcança, dessa forma, nossas vibrações mais baixas,
aquelas que muitas vezes nós nem mesmo enxergamos, e as transforma em manifestações
do Amor. Ele alcança frequências negativas que não estão disponíveis no nosso
campo de percepção de forma consciente e realiza a transmutação dessa energia
em nossas vidas, em nosso espírito.
Um
campo de atuação bastante conhecido dessa divindade, por consequência, é a
sexualidade. As lendas africanas dizem que Ele é metade do ano homem-cobra e
metade do ano mulher. Isso ocorre porque ele tem o acesso mais direto a essa
vibração, cuja cor é justamente a vermelha. Nosso chakra básico, situado na
base da coluna – Muladhara – tem essa tonalidade e está relacionado também a
esses desequilíbrios em que a sexualidade pode se manifestar. Oxumaré vem
esgotar e transformar nossos desvios de ordem sexual mas não se resume somente
a isso. Todos os problemas relacionados a esse chakra são fortemente
equilibrados por sua atuação. Medos, questões de sobrevivência, traumas,
necessidades básicas - tudo está em sua alçada.
Oxumaré
é, portanto, um dos orixás com os campos mais amplos e significativos de serem
trabalhados dentro do polimatismo. Todo buscador espiritual necessita de
equilíbrio e do esgotamento das frequências que o afastam do amor de Deus,
conhecido entre os orixás como nossa Mãe Oxum, seu polo positivo. Estando em
sua polaridade negativa, ele transforma, transmuta e eleva aquilo que nos
afasta das frequências mais altas que buscamos, alinhando nossos chakras e
restaurando nossas vibrações desordenadas.
Arroboboi,
Oxumaré!
Texto: Beatriz Mazzini- Comandante da cadeira de estudos da linha dos Orixás do Templo Polímata de Campinas
http://www.escolacosmica.com/2011/10/1-chakra-raiz-basico-kundalini.html
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