segunda-feira, 26 de março de 2018

Cura ancestral no contexto cultural da modernidade.
Texto: Raony Dubas- Dirigente do Templo Polímata Boituva
 
   Os vídeos a seguir evidenciam uma prática ancestral, contextualizada para uma realidade mais urbana e brasileira, tendo o cristianismo como pano de fundo sustentador do processo de cura e assistencialismo quanto agente promotor de saúde (principalmente do ponto de vista das energias mais sutis que influenciam o dia-a-dia mais grosseiro do ser humano). A prática das benzedeiras e erveiras, neste contexto, pode ser visto como uma herança ancestral dos antigos pajés, curadores, brujos, e outros nomes que designam aquele indivíduo que atua como promotor de saúde dentro de uma comunidade sem fazer, necessariamente,  o papel de médico tradicional moderno.
  Suas práticas de cura não excluem o tratamento médico convencional, pelo contrário, funcionam potencializando a eficácia e, em alguns casos, podendo influenciar de uma maneira sútil a progressão do tratamento para que seja interrompido antes do previsto e ou em casos até desacreditados pela ciência convencional, os ditos "milagres" e "libertações" se encaixariam nestes casos. Seus "aparelhos médicos" nada mais são que uma fé inabalável, amor ao próximo sem distinção, a inspiração das energias da natureza e a mente firme no propósito e no caminhar, assim conseguem, através do rezo, do benzimento, o alívio e o auxílio ao irmão que pede ajuda, seja ela qual for.

 
1. Documentário do Canal Futura apresentando as benzedeiras de uma comunidade próxima a Belo Horizonte e o seu saber e sua forma de prática

2. Documentário paranaense sobre benzedeiras do interior do estado mostrando suas práticas e a reforma da auto-estima dessas pessoas como, legalmente, agentes de saúde e portadoras de um conhecimento ancestral (em alguns estados esse ofício é legalizado por lei com associação de benzedeiras, erveiras e afins.)

3. Voltando para Minas Gerais este vídeo mostra as práticas de rezadeiras do interior do estado contando um pouco da história e suas experiências.

  Esse ofício nos, dias atuais, é primordial, mesmo estando em "extinção", pois, em sua maioria, se tratam de mulheres mais idosas, trazendo para esse grupo, de novo, a responsabilidade perante a cura (que no imaginário popular, muitas vezes fica associado a figura do masculino) trazendo para o matriarcado a devida importância e protagonismo, em paralelo com o renascimento massivo de círculo de mulheres curandeiras (sagrado feminino) que vemos na atualidade.
  Práticas ancestrais são atemporais, sendo seus ensinamentos e práticas eternas a condição humana, não importando a época presente, passada ou futura, a roupagem que da sustenção se altera, mas o fenômeno em si é atemporal e imutável.

Viva as Benzedeiras !
Viva as Curandeiras !
Viva ao Sagrado Feminimo!
Viva a Ancestralidade!

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