Todas as Glórias à śrī Guru Mahārāja Ācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à śrī śrī Nṛsiṁhadeva!
|
Senhor
Nṛsiṃha dilacera o rei-demônio Hiraṇyakaśipu, com o jovem
Prahlāda ao seu lado. |
नृसिंह अभयमन्त्र
Nṛsiṁha abhayamantra – invocação da superação do medo (abhaya) de Prahlāda à Śrī Nṛsiṃha, presente no Śrīmad Bhāgavatam (Canto V, 18.8)
ॐ नमो भगवते नरसिंहाय नमस् तेजस्-तेजसे आविराविर्भव वज्रनख वज्रदंष्ट्र कर्माशयान् रन्धय रन्धय तमो ग्रस ग्रस ओं स्वाहा
अभयम् अभयम् आत्मनि भूयिष्ठा ॐ क्ष्रौम्
oṁ namo bhagavate narasiṁhāya namas tejas-tejase āvir-āvirbhava vajranakha vajradaṁṣṭra karmāśayān randhaya randhaya tamo grasa grasa oṁ svāhā; abhayam abhayam ātmani bhūyiṣṭhā oṁ kṣraum.
Ofereço minhas humildes reverências ao Senhor Nṛsiṃha, a fonte de todo o poder. Ao Senhor que possui garras e presas que são como raios, peço humildemente que derrote nossos desejos demoníacos por atividades fruitivas neste mundo material. Peço humildemente que surja em nossos corações e varra a ignorância para que, através de Vossa misericórdia, possamos transcender o medo na luta pela existência neste mundo material.
Neste mês de maio, no Templo Polimata, celebraremos a grandiosa Nṛsiṃha Caturdaśī em nosso Satsaṅga. Trata-se do advento (aparecimento) de Śrī Nārasiṃha, o venerável Matador de Demônios.
Śrī Nṛsiṃha (श्रीनृसिंह, em sânscrito, onde nṛ/nāra = homem; siṃha = leão), é a quarta encarnação de Śrī Viṣṇu, e personifica a Ira Divina.
Sua manifestação se deu a partir do desequilíbrio cósmico causado pelo rei-demônio Hiraṇyakaśipu (hiraṇya = feito de ouro, dourado; kaśipu = assento), um ser provido de grande ganância e insaciável anseio pelos prazeres mundanos, que se tornou incrivelmente poderoso a partir de grandes austeridades meditativas realizadas à Śrī Brahmā.
Seu irmão mais velho, o demônio Hiraṇayakṣa (“aquele que tem os olhos dourados”) já havia realizado o mesmo processo anteriormente, adquirindo poderes que permitiram-no conquistar o céu e aterrorizar a Mãe Terra. Assim, Hiraṇayakṣa teve de ser aniquilado por Vārāha (शवाराह, o javali), a terceira encarnação de Śrī Viṣṇu.
Quando Hiraṇyakaśipu parte para iniciar seu processo de austeridades à Śrī Brahmā, sua esposa, Kayādu, é raptada por Indra, o Senhor da Tempestade, rei dos céus e inimigo dos asuras, raça de Hiraṇyakaśipu. Nārada Muni, então, intervém e acolhe moça, que gerava um filho em seu ventre.
Enquanto cuidava de Kayādu, Nārada cantava constantemente o Santo Nome de Śrī Viṣṇu, como de costume. Percebeu então que a criança, ainda em gestação, respondia ao processo devocional (bhakti) por ele praticado. Estava ali plantada uma semente, no coração do bebê Prahlāda (pode ser livremente traduzido do sânscrito como alegria, felicidade).
Neste meio tempo, Hiraṇyakaśipu concluiu suas austeridades e recebeu a visita de Śrī Brahmā, que lhe oferece uma bênção sob a forma de um desejo. Com o objetivo de alcançar virtualmente a imortalidade, o asura solicitou uma série de particularidades para proteger-se, como não podendo padecer por nenhuma entidade criada por Śrī Brahmā ou pelas mãos de nenhum demônio, semideus ou animal, nem de dia, nem à noite, nem dentro, nem fora de nenhuma residência, não podendo estar no chão, nem no ar, ou virado face a nenhuma das quatro direções, por nenhuma arma de metal ou por efeito de nenhum tipo de veneno.
Assim, Hiraṇyakaśipu conquistou os três planos: bhūr (o plano físico), bhuvāḥ (o plano astral) e svaḥ (o plano celestial), subvertendo a ordem natural, autoproclamando-se supremo e exigindo devoção por parte de todas as entidades.
Na contramão de todo o caos instaurado pelo asura, o jovem Prahlāda se encontra no processo transcendental junto à Śrī Viṣṇu, negando devoção ao pai-demônio. Tal ato provoca a ira de Hiraṇyakaśipu, que decide ceifar a vida de seu filho. Em diversas oportunidades, ordena atentados contra a criança santa que, entoando o nome de Śrī Nārayaṇa, era agraciada com uma bênção que o livrava do perigo, como, por exemplo, sob o estouro de uma manada de elefantes, à beira de um penhasco, em alto mar ou numa grande pira incandescente.
Consternado com o insucesso das várias investidas, Hiraṇyakaśipu decide por assassinar a criança ele mesmo. Numa tentativa de intimidar Prahlāda, o asura exibe diversas armas místicas de grande poder, ordenando que o menino renunciasse à sua fé em Śrī Viṣṇu e se prostrasse a seus pés. Este, inabalável, reafirma decididamente sua devoção, explicando que não temia o demônio, pois Śrī Viṣṇu já o havia protegido inúmeras vezes. Disse que, inclusive, o mesmo era onipresente e que estava ali, naquele momento, para protegê-lo uma vez mais.
Hiraṇyakaśipu não compreende a afirmação de Prahlāda e aponta para uma pilastra, questionando incredulamente se ali também se encontrava Śrī Viṣṇu. O menino responde afirmativamente e, então tomado pela ira, o asura quebra a estrutura. Desta, materializa-se Śrī Nṛsiṃha.
Ao se deparar com Deus, encarnado em uma forma metade leão, metade homem, não criada por Śrī Brahmā, Hiraṇyakaśipu realizou sua desgraça. O combate foi deflagrado ao crepúsculo, que não se enquadra nem como dia, nem como noite. Rapidamente Śrī Nṛsiṃha surra o demônio até levá-lo para o meio de uma janela, que permite a ambos não estarem nem dentro e nem fora da residência. Assim, posiciona o asura sobre seu joelho e mirando o céu, já que esta não poderia ser morto nem no chão, nem no ar, nem voltado para nenhuma das quatro direções. Finalmente, considerando que Hiraṇyakaśipu não poderia ser morto por nenhuma arma ou veneno, Śrī Nṛsiṃha o estripa com suas dilacerantes garras leoninas.
Por fim, Śrī Nṛsiṃha transforma-se em Śrī Viṣṇu e abençoa Prahlāda, coroando-o soberano do reino conquistado pelo pai-demônio.
Assim, a encarnação do Deus-Leão nos ensina o valor da verdadeira fé, aquela que transcende os desejos e perigos e ilusões do mundo material, e que é capaz de iluminar e firmar o coração dos homens no caminho do amor, até nas mais obscuras adversidades.
Invocações Mântricas
श्रीनृसिंह प्रणाम
Śrī Nṛsiṃha Praṇāma – mantra de reverência à Śrī Nṛsiṃha
नमस्ते नरसिंहाय ।
प्रह्लादह्लाददायिने ॥
हिरण्यकशिपोर् वक्षः ।
शिलाटङ्क नखालये ॥
namaste narasiṁhāya ।
prahlādahlādadāyine ॥
hiraṇyakaśipor vakṣaḥ ।
śilāṭaṅka nakhālaye ॥
इतो नृसिंहः परतो नृसिंहो ।
यतो यतो यामि ततो नृसिंहः ॥
बहिर् नृसिंहो हृदये नृसिंहो ।
नृसिंहं आदिं शरणं प्रपद्ये ॥
ito nṛsiṁhaḥ parato nṛsiṁho ।
yato yato yāmi tato nṛsiṁhaḥ ॥
bahir nṛsiṁho hṛdaye nṛsiṁho ।
nṛsiṁhaṁ ādiṁ śaraṇaṁ prapadye ॥
तव करकमलवरे नखम् अद्भुतश्र्ङ्गं ।
दलितहिरण्यकशिपुतनुभृङ्गम् ॥
केशव धृतनरहरिरूप जय जगदिश हरे ।
tava karakamalavare nakham adbhutaśrṅgaṁ
dalitahiraṇyakaśiputanubhṛṅgam
keśava dhṛtanaraharirūpa jaya jagadiśa hare
जय नृसिंहदेव जय नृसिंहदेव
जय नृसिंहदेव जय नृसिंहदेव ।
जय प्रह्लादमहरज जय प्रह्लादमहरज
जय प्रह्लादमहरज जय प्रह्लादमहरज ॥
jaya nṛsiṁhadeva jaya nṛsiṁhadeva
jaya nṛsiṁhadeva jaya nṛsiṁhadeva ।
jaya prahlāda mahārāja jaya prahlāda mahārāja
jaya prahlāda mahārāja jaya prahlāda mahārāja ॥
“Reverencio-me ao Senhor Nṛsiṁha, que abençoa Prahlāda e cujas garras são cinzéis sobre pedra, no peito de Hiraṇyakaśipu.
O Senhor Nṛsiṁha está em todo lugar, onde quer que se vá. Está dentro e fora do coração. Rendo-me ao Senhor Nṛsiṁha, a origem de todas as coisas e o Refúgio Supremo.
Ó, Keśava (aquele que tem longos cabelos, ou uma juba), Senhor do Universo. Todas as Glórias, Ó Hari, Aquele que assumiu a forma metade homem, metade leão. Como se pode facilmente esmagar uma vespa nas mãos, o corpo de Hiraṇyakaśipu foi dilacerado por suas afiadas garras em suas belas mãos de lótus.
Todas as Glórias ao Senhor Nṛsiṁha
Todas as Glórias ao Senhor Prahlāda Mahārāja”.
श्रीनृसिंह गयत्रि
Śrī Nṛsiṃha Gayatri – mantra de invocação da Deidade
ॐ नारसिंहाय विद्महे
वज्रनखाय धीमहि ।
तन्नो नारसिंहः प्रचोदयात् ॥
oṃ nārasiṃhāya vidmahe
vajra-nakhāya dhīmahi ।
tanno nārasiṃhaḥ pracodayāt ॥
“Meditamos no homem-leão, cujas garras são como raios.
Reverenciamo-nos ao homem-leão, para que nos ilumine com sabedoria”.
श्रीनृसिंह बीजगयत्रि
Śrī Nṛsiṃha bījamantra – manta de repetição
ॐ क्ष्रौं नारसिंहाय नमः
oṃ kṣraum nārasiṃhāya namaḥ
Reverencio-me ao homem-leão.
Obs.: sobre o bīja kṣraum
: é um som seminal do Deus-leão, cuja força reside invoca a superação do medo diante das situações mais obscuras, como também a liberação de energia reprimida e a destruição de poderes demoníacos.